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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cerveja no Barril - 3

 “Periféricos”

OK, você tem um KEG prontinho para utilizar, detalhemos agora a “infinidade” de componentes que você precisa para tornar esse sonho uma realidade e de vez em quando deixar de fazer priming e tampar garrafas.

Considero a simplicidade outra grande vantagem desse sistema. Em linhas gerais você precisará, além do próprio barril, de uma pequenina lista de periféricos, são eles:

01 válvula extratora;
01 torneira;
01 adaptador;
01 cilindro de CO2;
01 manômetro;
50cm mangueira cristal 1/4”.

Será que esqueci de algo? Tem certeza que é só isso Breda? Não tem todas aquelas válvulas e vedações e pinos e mangueiras???

Pois é, só isso!

Falemos de cada um em particular e fechemos esta parte com os incrementos que você poderá fazer com o tempo, mas com essa pequenina lista você não precisará mais “esquentar” sua cabeça, já poderá fazer aquele churrasco com cerveja bem tirada para surpreender os mais céticos e abrir os olhos daqueles que por questões óbvias (não necessariamente por que desejam) não conhecem nada além de Br...., Sk.., Ant......


IMPORTANTE: as vedações não são eternas, mas como disse, se você adquirir um bom KEG, mesmo tendo sido usado por um bom tempo, não terá o trabalho de reparar as vedações tão cedo. Basta cuidar bem do brinquedo.


VÁLVULA EXTRATORA

 Válvula Extratora 

Embora pareça complexa, é composta de um sistema inteligentemente simples de rosca e trava rápidas possibilitando uma conexão fácil e uma extração segura. Abaixo você pode ver um desenho em corte mostrando o interior de uma extratora, assim fica um pouco mais fácil compreender seu funcionamento.

  Desenho em corte de uma extratora

Para conectar a extratora ao barril, basta encaixá-la à válvula de entrada do KEG e girar o corpo da válvula pressionando levemente para baixo, a rosca especialmente desenhada se encarregará de pressionar a vedação e se posicionar corretamente para que o curso da alavanca de trava possa deslizar sem esforço e sem ocasionar nenhum vazamento.

Desenho esquemático da utilização da extratora

Se o barril estiver cheio e/ou pressurizado, não baixe a alavanca da extratora sem ter conectado a torneira ou uma tampa de vedação. Se o barril estiver com cerveja e você baixar a alavanca sem ter acoplado uma tampa, torneira ou a mangueira de sua choppeira terá um belo chafariz de espuma à sua frente, caso somente esteja pressurizado, menos pior, apenas um forte jato de ar fará um barulho semelhante aquele que você ouve quando encaixa mal o bico de calibragem do pneu num posto de gasolina.


TORNEIRA

Há vários tipos de torneiras para extração de cervejas, alguns coloco-os aqui, mas não procurei cobrir a todos, já que mais produtivo será concentrar-nos naqueles que vemos e usamos com mais freqüência na “ilha de vera cruz” . Os exemplos abaixo estão sem as alavancas de manejo, exceto a “monobloco”. O modelo mais encontrado por aqui é o chamado de "Torneira Italiana" aquela que pra frente sai cerveja e pra trás sai espuma. Um outro também bastante utilizado é o "standard", muito comum em bares onde se encontra cervejas importadas em barril, como Erdinger, Old Speckled, New Castle, entre outras.

Fonte: http://www.draughtquality.org - adaptação by Breja do Breda

As alavancas podem ser facilmente removidas, pois são presas com uma simples rosca, por isso com frequência a original "simples de cor preta" é substituída por uma alavanca de formato criativo e personalizada com a marca/logotipo da cerveja que está conectada àquela torneira, isso além de uma forma de marketing para o consumidor serve de identificação para quem irá encher os copos. 


As torneiras italianas e “standard” podem ser utilizadas para cervejas ALEs e LAGERs. Esses modelos podem ser encontrados em inox ou em latão cromado, pois possuem orifícios de limpeza e devem ser desmontadas com frequência para checagem. O modelo "monobloco" apesar de ser fácil para limpar, possuí menos partes removíveis, por isso somente é produzido em inox.

"Ventless" - Seu corpo não tem entradas adicionais para limpeza

O modelo "Stout" é utilizado para cervejas nitrogenadas (geralmente as próprias stouts). Essas torneiras possuem um diafragma que controla o fluxo tornando a bebida mais cremosa quando servida. Pois é, agora você sabe que a Guinness além de nitrogênio tem uma torneira especial para chegar no ponto ideal, um bom "tirador" também ajuda.
 
Torneira para cervejas nitrogenadas

ADAPTADOR

A forma mais simples de se conectar uma torneira à uma extratora é utilizando uma mangueira com dois conectores em suas extremidades, contudo, essa maneira não permite que sua torneira fique firme o suficiente para a extração da bebida com uma única mão no manejo da alavanca, além de ser um material de vida mais curta que o aço inoxidável, por isso, a melhor maneira partindo de pressupostos como custo, efetividade no manuseio, facilidade de sanitização e durabilidade aponta para um adaptador em "L" feito totalmente de aço inox e que pode ser montado entre a extratora e a torneira possibilitando a você extrair sua cerveja diretamente de um barril previamente refrigerado sem a necessidade de serpentinas e chopeiras.

Não me aterei muito nessa peça, é um cano de inox de 5/16" dobrado em "L" e com adaptadores de rosca nas duas extremidades de forma que você possa acoplar a extratora de um lado e a torneira do outro somente com o aperto das mãos, sem a necessidade de chaves especiais e retirar sua cerveja do KEG sem nenhum problema. (ver detalhe acima em vermelho).


CILINDRO DE CO2



Não há muito o que dizer, basta olhar para eles e você já saberá parte do que precisa fazer para identificar um cilindro que valha a pena. Em primeiro lugar ele precisa estar em bom estado, limpo, sem partes enferrujadas, com  pintura em ordem ou com o polimento do alumínio adequadamente realizado. Alguns números marcados no corpo do cilindro também devem ser observados, eles dirão a você qual a idade do equipamento, seu tempo útil, a quantidade de pressão suportada entre outras informações. Como em geral encontramos cilindros usados para comprar, essa análise superficial não basta, é necessário que você realize em uma empresa confiável um teste hidrostático e uma verificação de contaminação do interior do cilindro. Depois de aprovado nos testes e com os reparos substituídos, pode carregá-lo com CO2, também procure uma empresa idônea para fazer a carga, caso contrário poderá contaminar sua cerveja.


MANÔMETRO
O manômetro será sua peça fundamental deste ponto em diante, Composto por dois mostradores analógicos, um mostra a pressão dentro do cilindro e o segundo indicará qual é a pressão que você está inserindo no barril. Com a ajuda deste aparelho acoplado ao cilindro de CO2 e conectado à sua válvula extratora já corretamente travada ao barril, você poderá consultar a tabela de pressão x temperatura para adequar qual a carbonatação desejada para sua cerveja. Utilizando as calculadoras de carbonatação por estilo você determinará quantos kgf de pressão deseja e executará os passos para carbonatação dos quais falarei no post número 4. 

MANGUEIRA
Você pode adquirir 50cm ou 1m de mangueira cristal atóxica de 1/4" de diâmetro interno com 1,5mm de parede. Essa mangueira será suficiente para sua entrada de CO2. Mas antes de adquiri-la, verifique se seu adaptador de mangueira do manômetro e da extratora tem essa medida.

That's all Folks! Prontos para encarar o próximo desafio? Já montaram seus equipamentos? Carregaram seus cilindros, sanitizaram tudo? Vamos encher seu barril com o precioso néctar e ensiná-los a pressurizar e carbonatar sua cervejas de acordo com seu estilo.

Vejo vocês na próxima, agora vou pedir um "Pint" de New Castle porque ninguém é de ferro.

Prosit!!!

Breda



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cerveja no Barril - 2

Comecemos pelos tipos de barris KEG que temos disponíveis e encontramos com mais facilidade aqui no Brasil:



Os fabricantes têm barris de capacidades diferentes, as medidas podem variar sensivelmente, há padrões DIN, padrões Europeus, mas sua produção se dá sob encomenda e os valores são pra lá de salgados, você pode consultar caso tenha interesse acessando os sites que estão no final da postagem. Pelo mundo há outros modelos com desenhos diferentes, mas isso não importa muito, o importante é o que temos aqui ao alcance das mãos, mas há links de fabricantes internacionais também, caso haja curiosidade.

Mais raros, mas também encontrado por aqui são os barris de inox com revestimento chamados de KEG PLUS. São barris bem legais com interior em inox que possuem um revestimento de poliuretano, geralmente preto e são mais comuns com 30 litros, são bem mais resistentes a impacto e não apresentam marcas e amassados como os de inox aparente. Exemplares desse tipo de barril são figuras fáceis em bares que vendem Erdinger, Maredsus, Guinness, entre outros “como chopp”. Para quem nunca viu um desses, segue a foto de um:

Keg Plus B&R de 30 litros

Falemos agora das válvulas, há alguns tipos diferentes, mas novamente como aqui no Brasil é mais utilizado um específico me aterei a este, abaixo uma foto de alguns tipos diferentes de válvula:


A comumente encontrada em nossos barris é a válvula “S” e a peça abaixo (válvula-sifão) que teremos que manusear caso optemos por envasar nossa cerveja em barris KEG de válvula única. Quando utilizada adequadamente sua manutenção é bem simples e suas vedações duram por muito tempo.


Antes de mais nada é preciso saber que esses barris que compramos e que foram utilizados pelas cervejarias possuem uma trava de segurança. Para que possamos utilizá-los ela precisará ser removida, caso contrário você não conseguirá lavar seu barril adequadamente a menos que tenha uma lavadora industrial ou um amigo que possa sanitizar o barril para você cada vez que precise enchê-lo. Portanto, esteja ciente e preparado para essa surpresa quando abrir o barril usado que acabou de comprar e descobrir que a válvula dele pode não sair facilmente. Se der sorte pode comprar um barril que já foi destravado. Não vou mostrar aqui como remover essa trava por duas razões, uma porque vocês poderão estragar a válvula e depois me culpar por isso e outra porque poderão se machucar, portanto minha sugestão é que você tente adquirir barris destravados ou encontre um profissional para destravá-lo para você.

Uma vez destravada é ideal que você tenha uma chave adequada para remover a válvula sem danificá-la, pois você terá que fazer isso com uma freqüência razoável e não vai querer estragar algo em que investiu centenas de reais por causa de uma chave de fenda e um martelo, por isso compre ou faça uma chave que seja adequada para a tarefa.

Observe abaixo um exemplo simples de adaptador que você pode mandar fazer  e que pode ser utilizado com qualquer catraca de jogo de chaves “cachimbo” ou “pito”, facilmente encontrado no mercado, e que evitará que você cause danos à sua válvula além de possibilitar um fechamento mais seguro e uma abertura com menos esforço.

Exemplo de chave/adaptador adequados

Uma vez aberto o barril precisamos nos certificar de que ele está limpo, pois quase sempre barris descartados pela indústria possuem resíduos difíceis de serem removidos, por isso uma inspeção cuidadosa deve ser feita. Caso não haja nenhuma “craca” uma sanitização com água fervente e com peracético bastam, porém se houver sólidos impregnados nas paredes, no fundo e principalmente na parte superior (onde muitas vezes ninguém olha) você deverá utilizar uma solução de água e soda cáustica a 2 ou 3% (dependendo do grau da sujeira).


Não tenha medo disso, sabendo utilizar e tomando os devidos cuidados, não haverá problemas, porém seja cauteloso, já que o produto é corrosivo e pode causar queimaduras na pele se manuseado incorretamente.

 ATENÇÃO: ao adquirir o produto verifique se o mesmo traz instruções de uso, caso contrário procure por outro fabricante.

Você não precisará encher o barril com a mistura, basta 1/4 do volume, algum trabalho girando o barril e um ou dois dias de “molho” que praticamente todas as impurezas serão dissolvidas. Lembre-se somente de colocar e apertar bem a válvula antes de virá-lo de ponta-cabeça. Após esse tempo, um bom enxágüe com água limpa e pode sanitiza-lo como explicado anteriormente (água fervente e depois peracético). Fácil não acham? Pois é.

Se não quiser utilizar soda cáustica há a alternativa de água pressurizada e vapor, mas sinceramente, além de ser mais difícil ter um equipamento que forneça jatos de vapor com pressão suficiente em casa, considero muito mais perigoso e passível de ocorrer algum acidente com vapor do que com soda.


Se não quiser utilizar nem um nem outro, tente somente a água quente e um jato de água pressurizada intercalados até que considere o barril limpo e o sanitize com peracético, mas você correrá o risco de ainda sobrar algum contaminante e sua cerveja pode ser prejudicada, mas de qualquer forma, tenha cuidado e faça somente o processo para o qual se considera apto e esteja confortável em realizar.



OK, já adquiri um barril, destravei, limpei, sanitizei, e agora?

Agora vamos falar dos “periféricos” necessários para que você possa fazer uso adequado do seu barril.

Na próxima postagem...

Prosit!!!

Breda

<< Primeira parte - Terceira parte >>



Fornecedores de barris KEG e peças de reposição:

http://www.kce.com.br/inox.html
http://www.agavic.com.br/site/barril-de-chopp
http://www.schaefer-container-systems.de/keg-beverage-containers/keg-systems.htm
http://www.aobaosi.com/en/proshow.aspx?id=214

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cerveja no Barril

Muito se pergunta, mas pouco se responde sobre o assunto, por isso cá estou mais uma vez e como o assunto é longo vou dividi-lo em pequenas partes para não cansar os leitores. Desta forma contemplarei apenas os barris de padrão KEG e farei, como de costume, conexões para materiais com informação de outros tipos de barris através de links para não repetir coisas batidas aqui.


O que me motivou a falar sobre embarrilamento foi a quantidade de perguntas e dúvidas que recebi ultimamente sobre o assunto e também a variedade de desinformação que acaba chegando às pessoas que acabam por ficar perguntando a mesma coisa para um monte de gente e checando as respostas para ver se estão lhe passando a informação corretamente, contudo esse procedimento não garante ao que questiona uma resposta correta, pois como já dizia a minha bisavó, “uma mentira dita muitas vezes por várias pessoas vira uma verdade” e não raramente vejo pessoas caírem nessas “verdades” criadas acreditando piamente ser a coisa certa a se fazer. Também não quer dizer que quem responde está mentindo, mas pode também ter comprado uma "verdade relativa" que repassa a todos sem efetivamente ter pesquisado o assunto.

Envasar cerveja em barril é muito mais prático do que em garrafas? Sim, é, principalmente se você faz mais de 20 litros por brassagem, carbonata bem mais rápido com CO2 e não precisa de priming, porém tudo tem dois lados e transportar garrafas é mais cômodo, não precisa de cilindro de CO2 pra beber, dá para colocar em qualquer geladeira, não precisa levar 10 litros por vez, dá pra dar uma garrafa pra cada amigo, enfim, tudo vai depender da sua necessidade, por isso o melhor será sempre variável, entretanto, se sua necessidade é levar 15, 30, 50, 100 litros de cerveja para um evento não tenha dúvida, barril é a melhor alternativa e aqui começamos outra polêmica, que tipo de barril usar? Na minha opinião o KEG de aço inoxidável é claro. Você pode me perguntar (ou se perguntar) ai do outro lado, mas eles não são todos de inox?


Na verdade não, segundo minhas vagas lembranças de infância (não, eu não bebia, mas ia a festas e via os barris) no passado não muito distante aqui no Brasil haviam outros dois tipos utilizados para cerveja e que tinham funcionamento semelhante, mais remotamente os barris de madeira e há algum tempo os de alumínio, (sim eles tinha uma abertura lateral), contudo atualmente só encontramos os de aço inox com válvula única em uso. Além de minha memória, podemos encontrar na famosa Wikipédia a explicação abaixo:

“Um KEG é um recipiente usualmente construído de alumínio, aço ou madeira, comumente utilizado para armazenar, transportar e servir cerveja. Outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas, carbonatadas ou não, também podem ser armazenadas em KEGs com ou sem pressão. Antigamente um keg era um pequeno barril de madeira geralmente feito à mão e utilizado para transportar pregos e pólvora.”

Podem estar bradando: Mas porque não o Cornélius? O que muita gente não sabe é que o Cornelius também é chamado de Cornelius KEG, mas quando eu me refiro ao KEG realmente demonstro minha preferência pelos barris de inox com válvula única, mas minha intenção aqui não é falar disso, o objetivo é ensinar o leitor, homebrewer, a utilizar seu KEG com segurança e dar informações sobre como carbonatar sua cerveja com CO2 (e quem sabe uma palha de N2 e blended CO2-N2) e a pressurizar sua linha e seu barril para equilíbrio e extração da bebida.

Terminarei a série ensinando vocês como reutilizar um mini KEG de cinco litros seja de Heineken ou de outro tipo como os de itaipava, Skol, Warsteiner etc..

Não percam!

Prosit!!!