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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Kriek - Uma cerveja magnífica!

Já comentei sobre Kriek Beer na postagem "O Paraíso" de dezembro/2009, são cervejas realmente maravilhosas e nada parecidas com o que conhecemos aqui no Brasil. As Kriek são originalmente Belgas e algumas são produzidas em processos que levam até oito meses de fermentação e podem ficar anos em maturação.

Conta a lenda local em Bruxelas que em concurso anual para escolher a melhor cerveja da cidade, dois arqui rivais que dividiam sempre o primeiro prêmio, alternadamente quando um era o vencedor o outro ficava em segundo lugar, corriam contra o tempo para elaborar a cerveja que venceria o concurso daquele ano (não me contaram qual foi o ano, pois é uma lenda), um deles, ao terminar sua produção, deixou certa noite sua "obra prima" desprotegida, foi quando o outro, para garantir que seria o vencedor, adentrou no local onde a cerveja já iniciara sua maturação, e despejou dezenas de quilogramas de cerejas frescas no tanque para sabotar o concorrente. Dias depois, quando retornou para verificar sua produção, nosso inocente cervejeiro viu seu tanque de cerveja repleto de cerejas, porém não havia mais tempo de elaborar outra produção, pois aqueles dias que se passaram não permitiriam que a nova cerveja ficasse pronta para o concurso. Decidiu então deixar como estava. Passados vários meses, quando deveira retirar a cerveja da fermentação, decidiu misturá-la a uma outra já pronta para garantir que, pelo menos, a bebida se parecesse com cerveja, já que não seria bom para sua reputação apresentar uma bebida de baixa qualidade. Bem, nem preciso dizer quem venceu o concurso naquele ano, para desespero do sabotador, ele ajudou seu rival a inventar uma das mais deliciosas cervejas já produzidas.

Depois de ótimas experiências iniciais, resolvi ser arrojado e comecei a pesquisar sobre as cervejas de cereja, não preciso dizer que quase não se acha nada sobre elas na literatura e mesmo na internet, não é? Oras, se muita gente que gosta e lê sobre cerveja nem sabe que elas existem, imaginem se há quem escreva sobre elas, ainda não tenho informações paupáveis sobre esses processos, mas fica aqui um compromisso, quando conseguir juntar as peças e depois de testar a receita, darei o caminho das pedras aqui neste espaço, contarei todos os segredos que descobrir a lá "Mister M", por hora me aterei à nossa primeira tentativa.

Dezembro, todos preparando as festas e, diferentemente do marketing americanalhado que engolimos todos os dias nessa época, no Brasil muitas frutas tropicais ou não para enriquecer as ceias de Natal e Ano Novo - abacaxi, melancia, melão, banana, laranjas variadas, uvas, mamões - foi nessa onda que tive a idéia de testar uma receita utilizando cerejas, não pretendia fazer uma kriek por saber que não teria à mão o fermento necessário, além disso, não queria esperar meses para saber o resultado, assim, comprei 03 kg de cerejas chilenas no Ceagesp em São Paulo (bom, pra falar a verdade quem comprou pra mim foi o Fabião, pois ele estava em férias e podia ir ao Ceagesp durante o dia), e lá fui eu para Campinas.

Não sei se vocês sabem, mas as cerejas, por serem frutas de clima frio, precisam ser armazenadas a zero grau para não estragar, foi um pouco complicado lidar com uma caixa de cerejas que mal cabia na geladeira por uma semana, mas deu tudo certo. Fizemos uma cerveja neutra para servir de base, pouco lupulada e com densidade bem baixa, adicionamos as cerejas in natura mesmo e o resultado foi uma cerveja leve e frutada, de aroma agradável e muito refrescante, quase uma cooler.


Cerejas que maceramos para produção da cerveja (Foto do meu filho Neto)

Com nove dias de fermentação (reparem que é "nada" perto dos oito meses das belgas) pudemos ter uma amostra de como essa bebida pode ser interessante. O azedinho da cereja é perceptível sem dificuldade e a carbonatação lembra os espumantes, bolhas incorporadas e abundantes são as pistas que apontam para o caminho do sucesso. Esperem até o próximo dezembro, pois as cerejas já desapareceram da praça. Se alguém souber onde encontrar alguma me avise, precisarei de 20Kg da próxima vez....é, já deu certo, vai ficar muito boa, vocês hão de experimentá-la!


Cerveja de cereja no 9º dia de fermentação - a espuma branca significa que o fermento ainda está atuando.

Por enquanto, experimentem as poucas que podemos encontrar aqui no Brasil, com um pouco de dificuldade, mas vale a pena, experimentem a BelleVue Kriek trazida pela InBev e a Kriek Boon. A primeira já encontrei no Frangó em São Paulo e a Boon pode ser encomendada mediante um depósito antecipado, a entrega é garantida, me enviem e-mail para mais detalhes: mhbreda@hotmail.com.


Uma pena não termos aqui as melhores Krieks que são, na minha modesta opinião, pela ordem:

1º lugar com louvor - Mystic Kriek (Degustei no Beer Weekend em Bruxelas) - A preferida do Tadeu!!!

2º lugar - Mort Subite Kriek (Degustei no próprio café e cervejaria, também em Bruxelas)

3º lugar - Kriek Max - (Degustei em Bruxelas)


As Krieks são cervejas de fermentação espontânea, ou seja, não se adiciona fermento ao mosto, ele está no ambiente das cervejarias que as produzem, pelo menos é essa a arte de várias cervejarias belgas como a Cantillon, cujo site já publiquei, mas repito aqui, onde eu e meu companheiro de viagem (meu irmão) pudemos conhecer o processo de fermentação em tanques abertos de cobre, como piscinas, e o armazenamento das cervejas engarrafadas para maturação de três anos.

Adega da Brasserie Cantillon em Bruxelas


Reparem na pilha (vejam a anotação na lousinha)


Detalhe - estive lá em setembro/2008 - já estavam em maturação na garrafa há 17 meses - Reparem que as tampas ainda são metálicas. Depois o depósito é retirado e elas recebem rolhas como as de champagne.


Tanque onde a Kriek da Cantillon fica maturando por até dois anos para perder todos os açúcares - 1ª maturação - Repare na cor da cerveja nos visores de nível.


Não encontrei até o momento em nenhum lugar aqui em São Paulo, se alguém souber, agradeço se compartilharem conosco!


Por fim, como não podia deixar de ser, mais um vídeo, agora da nossa cerveja de cerejas, ainda sem nome, por isso, fiquem à vontade para sugerir. Quem enviar o nome mais criativo será convidado a participar da próxima produção e receberá algumas garrafas para apreciar.

Não sei o que houva, mas o áudio e o vídeo estão fora de sincronia...1000 desculpas!!!

Prosit!

4 comentários:

  1. "A criatividade é um potencial inerente ao homem e a realização desse potencial é uma das suas necessidades".Richards e Needham (em 1963) .

    Digo isso, porque, a tempos acompanho este processo.

    E veja só.......

    Não há limites para os nossos cervejeiros!

    Acho importante deixar registrado, que além da arte de fazer cerveja é criar sua própria receita,ou seja, sua própria cerveja!!

    Não tem nada igual!!!

    Uma cerveja frutada, leve e muito refrescante!!!...mais do que aprovada.

    Não é a toa que a breja do breda,chegou para ficar!!!

    Parabéns cervejeiros!!!.....

    Qual será a próxima criação?

    Um gd bj.......CRIS(BB)

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  2. Breda:

    Eu estranhei que você tenha procurado justamente uma fruta - a cereja - que não é produzida na região.

    Os belgas, nesse sentido, são bastante pragmáticos: usam frutas da estação, as mais frescas possíveis.

    Se a gente pensar na família botânica das rosáceas, que inclui plantas como as rosas, os pêssegos e as cerejas, você poderia realizar experiências interessantes - e, provavelmente, bem sucedidas - com uma fruta comum nos quintais de Campinas, a nêspera, também conhecida como ameixa amarela.

    Creio que você teria que tirar as sementes e, talvez, a casca da fruta. Não tenho a menor idéia de como ficaria a cor do produto final, mas o gosto deve compensar.

    Existe um tipo de amora da família das rosáceas que deve ser cultivado na região de Jundiaí, mas o mais comum em Campinas são as amoreiras da família das moráceas, que inclui plantas como as figueiras.

    No caso das moráceas, a experiência é mais arriscada - tente, primeiro, encontrar um produtor na região de amoras das rosáceas - mas a cor, a consistência e a doçura dessas amoras valem o risco.

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  3. ola sou Douglas, eu conheço essa cerveja e realmente e muito gostosa.
    gostaria de saber se encontra ela aqui no brasil e onde?
    sou de Goiania-GO
    obrigado

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  4. Olá Douglas, como vai?
    Obrigado pelo comentário.
    Você encontra algumas cervejas Kriek no Brasil em bares e padarias especializados (por exemplo o Frangó, a Tortula, o Asterix em São Paulo o Brejas e o Nosso Bar em Campinas) e também, com muito mais dificuldade em supermercados como o Dalbem em Campinas. Eu já encontrei até no Pão de Açúcar, mas é raro. Tenho adquirido algumas em uma importadora, mas não sei se entregam em Goiânia, entre em contato com eles www.buw.com.br com Vera.
    Continue nos prestigiando.
    Abs.,
    Breda

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