“Periféricos”
OK, você tem um KEG prontinho para utilizar, detalhemos agora a “infinidade” de componentes que você precisa para tornar esse sonho uma realidade e de vez em quando deixar de fazer priming e tampar garrafas.
Considero a simplicidade outra grande vantagem desse sistema. Em linhas gerais você precisará, além do próprio barril, de uma pequenina lista de periféricos, são eles:
01 válvula extratora;
01 torneira;
01 adaptador;
01 cilindro de CO2;
01 manômetro;
50cm mangueira cristal 1/4”.
Será que esqueci de algo? Tem certeza que é só isso Breda? Não tem todas aquelas válvulas e vedações e pinos e mangueiras???
Pois é, só isso!
Falemos de cada um em particular e fechemos esta parte com os incrementos que você poderá fazer com o tempo, mas com essa pequenina lista você não precisará mais “esquentar” sua cabeça, já poderá fazer aquele churrasco com cerveja bem tirada para surpreender os mais céticos e abrir os olhos daqueles que por questões óbvias (não necessariamente por que desejam) não conhecem nada além de Br...., Sk.., Ant......
IMPORTANTE: as vedações não são eternas, mas como disse, se você adquirir um bom KEG, mesmo tendo sido usado por um bom tempo, não terá o trabalho de reparar as vedações tão cedo. Basta cuidar bem do brinquedo.
VÁLVULA EXTRATORA
Válvula Extratora
Embora pareça complexa, é composta de um sistema inteligentemente simples de rosca e trava rápidas possibilitando uma conexão fácil e uma extração segura. Abaixo você pode ver um desenho em corte mostrando o interior de uma extratora, assim fica um pouco mais fácil compreender seu funcionamento.
Desenho em corte de uma extratora
Para conectar a extratora ao barril, basta encaixá-la à válvula de entrada do KEG e girar o corpo da válvula pressionando levemente para baixo, a rosca especialmente desenhada se encarregará de pressionar a vedação e se posicionar corretamente para que o curso da alavanca de trava possa deslizar sem esforço e sem ocasionar nenhum vazamento.
Desenho esquemático da utilização da extratora
Se o barril estiver cheio e/ou pressurizado, não baixe a alavanca da extratora sem ter conectado a torneira ou uma tampa de vedação. Se o barril estiver com cerveja e você baixar a alavanca sem ter acoplado uma tampa, torneira ou a mangueira de sua choppeira terá um belo chafariz de espuma à sua frente, caso somente esteja pressurizado, menos pior, apenas um forte jato de ar fará um barulho semelhante aquele que você ouve quando encaixa mal o bico de calibragem do pneu num posto de gasolina.
TORNEIRA
Há vários tipos de torneiras para extração de cervejas, alguns coloco-os aqui, mas não procurei cobrir a todos, já que mais produtivo será concentrar-nos naqueles que vemos e usamos com mais freqüência na “ilha de vera cruz” . Os exemplos abaixo estão sem as alavancas de manejo, exceto a “monobloco”. O modelo mais encontrado por aqui é o chamado de "Torneira Italiana" aquela que pra frente sai cerveja e pra trás sai espuma. Um outro também bastante utilizado é o "standard", muito comum em bares onde se encontra cervejas importadas em barril, como Erdinger, Old Speckled, New Castle, entre outras.
Fonte: http://www.draughtquality.org - adaptação by Breja do Breda
As alavancas podem ser facilmente removidas, pois são presas com uma simples rosca, por isso com frequência a original "simples de cor preta" é substituída por uma alavanca de formato criativo e personalizada com a marca/logotipo da cerveja que está conectada àquela torneira, isso além de uma forma de marketing para o consumidor serve de identificação para quem irá encher os copos.
As torneiras italianas e “standard” podem ser utilizadas para cervejas ALEs e LAGERs. Esses modelos podem ser encontrados em inox ou em latão cromado, pois possuem orifícios de limpeza e devem ser desmontadas com frequência para checagem. O modelo "monobloco" apesar de ser fácil para limpar, possuí menos partes removíveis, por isso somente é produzido em inox.
"Ventless" - Seu corpo não tem entradas adicionais para limpeza
O modelo "Stout" é utilizado para cervejas nitrogenadas (geralmente as próprias stouts). Essas torneiras possuem um diafragma que controla o fluxo tornando a bebida mais cremosa quando servida. Pois é, agora você sabe que a Guinness além de nitrogênio tem uma torneira especial para chegar no ponto ideal, um bom "tirador" também ajuda.
Torneira para cervejas nitrogenadas
ADAPTADOR
A forma mais simples de se conectar uma torneira à uma extratora é utilizando uma mangueira com dois conectores em suas extremidades, contudo, essa maneira não permite que sua torneira fique firme o suficiente para a extração da bebida com uma única mão no manejo da alavanca, além de ser um material de vida mais curta que o aço inoxidável, por isso, a melhor maneira partindo de pressupostos como custo, efetividade no manuseio, facilidade de sanitização e durabilidade aponta para um adaptador em "L" feito totalmente de aço inox e que pode ser montado entre a extratora e a torneira possibilitando a você extrair sua cerveja diretamente de um barril previamente refrigerado sem a necessidade de serpentinas e chopeiras.
Não me aterei muito nessa peça, é um cano de inox de 5/16" dobrado em "L" e com adaptadores de rosca nas duas extremidades de forma que você possa acoplar a extratora de um lado e a torneira do outro somente com o aperto das mãos, sem a necessidade de chaves especiais e retirar sua cerveja do KEG sem nenhum problema. (ver detalhe acima em vermelho).
CILINDRO DE CO2
Não há muito o que dizer, basta olhar para eles e você já saberá parte do que precisa fazer para identificar um cilindro que valha a pena. Em primeiro lugar ele precisa estar em bom estado, limpo, sem partes enferrujadas, com pintura em ordem ou com o polimento do alumínio adequadamente realizado. Alguns números marcados no corpo do cilindro também devem ser observados, eles dirão a você qual a idade do equipamento, seu tempo útil, a quantidade de pressão suportada entre outras informações. Como em geral encontramos cilindros usados para comprar, essa análise superficial não basta, é necessário que você realize em uma empresa confiável um teste hidrostático e uma verificação de contaminação do interior do cilindro. Depois de aprovado nos testes e com os reparos substituídos, pode carregá-lo com CO2, também procure uma empresa idônea para fazer a carga, caso contrário poderá contaminar sua cerveja.
MANÔMETRO
O manômetro será sua peça fundamental deste ponto em diante, Composto por dois mostradores analógicos, um mostra a pressão dentro do cilindro e o segundo indicará qual é a pressão que você está inserindo no barril. Com a ajuda deste aparelho acoplado ao cilindro de CO2 e conectado à sua válvula extratora já corretamente travada ao barril, você poderá consultar a tabela de pressão x temperatura para adequar qual a carbonatação desejada para sua cerveja. Utilizando as calculadoras de carbonatação por estilo você determinará quantos kgf de pressão deseja e executará os passos para carbonatação dos quais falarei no post número 4.
MANGUEIRA
Você pode adquirir 50cm ou 1m de mangueira cristal atóxica de 1/4" de diâmetro interno com 1,5mm de parede. Essa mangueira será suficiente para sua entrada de CO2. Mas antes de adquiri-la, verifique se seu adaptador de mangueira do manômetro e da extratora tem essa medida.
That's all Folks! Prontos para encarar o próximo desafio? Já montaram seus equipamentos? Carregaram seus cilindros, sanitizaram tudo? Vamos encher seu barril com o precioso néctar e ensiná-los a pressurizar e carbonatar sua cervejas de acordo com seu estilo.
Vejo vocês na próxima, agora vou pedir um "Pint" de New Castle porque ninguém é de ferro.
Prosit!!!
Breda